A Revista do semanário Sol, Tabu, edição de 21/05/2010, numa reportagem da jornalista Ana Cristina Câmara e fotos de Sara Matos, nas páginas 40 a 46, contam-nos uma história contada na primeira pessoa e que nos incentiva à esperança e à Vida:
“Eduardo e Fátima Soares combatem, há mais de 30 anos, a doença cardíaca dele e a esclerose múltipla dela A descoberta da medicina tradicional chinesa resgatou-lhes qualidade de vida e levou-os a partilhar a experiência numa clínica que reúne a medicina convencional e oriental.” Pg.40
“Fátima dizia-lhe: “Vou perder o equilíbrio, vou ficar cega e morro.” Eduardo não queria pensar nisso: “Ela era lindíssima”.” (Pg. 42)
“Começaram as atribulações cardíacas, diz Eduardo. Na cirurgia, teve uma paragem cardíaca: “Foi a minha primeira morte”” (pg.43)
“Eduardo não fez o transplante de coração. “Antes demorava duas horas a recuperar o fôlego, agora demoro dez minutos”. (Pg.44)
“Sem esperança de voltar a andar, Fátima tentou a acupunctura. “Seis meses depois, tinha encostado a cadeira de rodas””. (Pg.45)
“E, no entanto o que é comum ouvir é a conversa do ter:
Um amigo que já não via, há algum tempo, senta-se na mesa do café.
Apresenta-se vestido e calçado com anúncios de pronto a vestir. Desfiou a
conversa do Ter. Durante duas horas o que ele não tinha. O que ele não
conhecia. Quem ele influenciava. As mulheres que tinha. No entanto, a
poetisa já dissera: “tiram-nos o que não temos, dão-nos o que não
possuem”. Das Mulheres ninguém tem.
De resto, Ter. Não se tem. Usufruímos. Usamos o que nos toca no leilão da
vida. Todas aquelas peças que vão ao leilão já fizeram parte de sucessivas
conversas do Ter. Dos mais antigos, inúmeros foram os donos. Têm valor
porque lhe atribuimos significado. Já foram parte de versões, sem fim, de
conversas do Ter. No fim, foram os objectos, as terras, as casas, os outros
que nos tiveram. De entre todos os que nos possuiram benditas são as
Mulheres. As Mulheres que tomam contam dos homens e as Mulheres que
tomam conta do mundo.
Nós somos os filhos das Mulheres. Têm uma paciência infinita para as
nossas brincadeiras. Fizeram-nos para o mundo. No centro e na periferia
da vida lá estão as Mulheres. No caminho, entre ambos, também.
Da Terra Nova ao Chile, do Brasil ao Japão, de Marrocos às Molucas as
Mulheres portuguesas fizeram o Mundo. Vinham de uma população que
oscilava entre um milhão e um milhão e duzentos e cinquenta mil pessoas.
Habitaram as praças de África, os Castelos de Portugal no planeta.
Lutaram nos contrafortes. Algumas: “prenhe e com a barriga à boca de
uma filha que logo pariu”.
Viviam, vivem, com grande ansiedade. Mesmo angústia. A luta rouba-lhes a vida de muitos amores. Homens, pais, irmãos, filhos. Uma Mulher a quem se roubou um amor é uma Mulher que se vinga. Que luta e fere. Que
emprega e oferece, nessa luta, a vida.
As Mulheres sabem que Darwin estava incompleto na sua luta pela
sobrevivência. Quem se dedica, como os homens só á luta e á conversa do
Ter perece. Ele e todos os que estiverem à sua volta. Os homens, somos
descartáveis.
As Mulheres inventaram para garantir o futuro, a cooperação como o
método. Como a forma que ultrapassa a selecção natural. A verdadeira
chave de quem passa na evolução é a ajuda mútua entre seres da mesma
espécie. A espécie que se entreajuda tem sobre todas as outras a
vantagem para sobreviver. E as Mulheres tomam conta do Mundo.
De Portugal tomaram conta, uma Teresa, de Afonso Henriques, uma Isabel, de um rei por amar, uma Filipa de Lencastre, da ousadia de dar um destino português ao mundo, uma Leonor, da misericórdia, uma Luiza de Gusmão, da independência. Pelo mundo, uma Ana de Chaves fez um povo, o de S.Tomé.
E, dia, após dia; todos os segundos do dia com a coragem serena da
certeza das coisas da vida as Mulheres estão de atalaia e tomam conta.
Dão-se. Ninguém as tem. Conversam. Falam. Olham aquele olhar. E são
elas, as Mulheres, quem tem. E têm porque dão valor aos outros.”
A revista do semanário Sol, Tabu, de 11/06/2010, apresenta o artigo “Até onde pode chegar a Crise”, nas páginas 44 a 49, dos jornalistas Isabel Resende e João Paulo Madeira.
A 5ª edição do Mercado Quinhentista, realizado em Machico, é uma excelente iniciativa que envolve a comunidade local e a escola, num projecto de realização deste mercado que é simultaneamente: aprendizagem e acção, constituindo um excelente cartaz para o concelho, atraindo madeirenses e estrangeiros.
É significativo percebermos a satisfação dos participantes e dos visitantes na sua linguagem corporal, do riso, semblante e interacção entre as pessoas.
Algumas fotos mostram-nos o que foi essa excelente iniciativa.
O meu segundo post é uma citação de Paulo Coelho, do seu livro, “O Alquimista”, porque acredito que a VIDA encerra a “magia” da descoberta:
“Existe sempre no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto ou no meio das grandes cidades.
E quando essas pessoas se cruzam, e os seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do Sol foram escritas pela mesma Mão.
A Mão que desperta o Amor, e que fez uma alma gémea para cada pessoa que trabalha, descansa e busca tesouros debaixo do Sol.
Porque sem isto não haveria qualquer sentido para os sonhos da raça humana.” (Pg.42)
“ Mas os Eus, os “caminhantes de passos lentos”, só ainda temos carro, avião e hoje satélites para viajar com todos os nossos átomos. Enquanto os “Mins” têm acesso uns aos outros em quatro segundos. Os Cidadãos precisam de vinte horas para ir de um local ao outro do planeta. Mas com informação em rede daremos o primeiro passo para que o cidadão seja o significado. Quando assim for a rede que já nos liga pelas questões de Família, Saúde, Educação, Juventude, Vida Cívica, Trabalho, Emprego, Formação, Segurança Social, Direito e Tribunais, Habitação, Empresa e Economia, contribuirá para passarmos das comunicações que para os Mins, na rede planetária, levam quatro segundos até à comunhão: a forma superior de pôr em comum.
É esse o futuro que nos aguarda. Que ainda levará algum tempo a chegar.
Mas já temos um começo, algo em comum. Algo que dá significado ao Cidadão. Cidadãos com significado. Cidadãos com valor para construir o futuro. Quando lá chegarmos “O bem de um será o bem de todos, o mal de um será o mal de todos”. Não acreditam? Bem?! Até os electrões já tem significado.”
“Com a Web, a rede, dizem, contudo, que apareceu aí uma coisa nova chamada “second life”, a “segunda vida”. Dizem que é muito novo.É só agora, no século XXI que há a tal “segunda vida” na web. Mas Platão inventou o que era o lado obscuro da sociedade dos pensamentos.
Hoje chama-se-lhe a segunda vida. Tem muito mais de dois mil anos, portanto. É que na Net, cada um de nós e cada um de vocês se julga invisível e invencível.”
“E este Senhor, Platão, um dia disse para se ouvir ao longo dos tempos: Se quiserem saber qual é a vossa ética é simples: a vossa ética é aquilo fariam se fossem invisíveis e invencíveis.
Por detrás de um teclado de computador, nós sentimo-nos invisíveis e invencíveis. E aí está.Vivemos uma segunda vida. “Second life”.
Ainda que partilhando desta perspectiva do Prof. Fernando Rodrigues, no entanto, não é minha intenção viver uma segunda vida, apenas, deixar alguns registos de electrões do meu cogitar, no tempo e no espaço, da única Vida que vivo….
E, esforçar-me-ei por deixar o mínimo da minha presença, e sempre que possível apenas pegadas….