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sábado, 8 de março de 2014


"Ter Mundo"

André Barreto


"Sempre procurei ter uma visão clara e sem sofismas do que normalmente designo, por graça, como o meu lugar na cadeia alimentar e dou por mim a analisar terceiros por esse prisma, baseado numa grelha de avaliação que venho aprimorando com o tempo.

Lembrei-me disto a propósito de uma experiência recente com um colega de trabalho, a quem propus uma tarefa de difícil execução, que exigia não só o esforço de a levar a cabo mas, sobretudo, um trabalho de pesquisa que não era nada linear. 
Disse-me, em resposta ao repto lançado, passados alguns dias: - “Desculpe mas vou precisar de ajuda. É que falta-me mundo para conseguir levar isto avante”. Esta demonstração de humildade fez com que subisse em flecha a minha já de si elevada consideração por este excelente profissional!
A tal percepção exacta e desapaixonada de uma determinada realidade individual é não só extremamente rara como se tornou excepção com o que julgo terá sido a interiorização do discurso do povo superior. 
Mas somos superiores em quê? Colectivamente falando, fizemos assim tanto mais que outros, para além de obras gigantescas e dispêndio de caracteres quase tão inútil quanto o meu em jornais “gratuitos”? Demonstrámos ser melhores, mais bem preparados, com índices de conhecimento mais elevados em que áreas?
Uma mentira, mesmo que repetida muitas vezes, não passa a ser verdade e convém que haja coragem para enfrentar esta pouco simpática realidade.
Junto-me, portanto, aos que defendem a aposta na formação, algo mais valioso que qualquer via, por mais rápida que seja, que pode efectivamente “dar mundo” às pessoas e que, apesar de não ser passível de nenhuma fotografia do antes e do depois para efeitos de propaganda, pode sempre servir para um gráfico vistoso... 
No que toca ao Turismo, isto poderia permitir um alargar de horizontes dos nossos profissionais. Apesar da nossa muito apreciada forma de receber, se conseguíssemos a isso juntar competência técnica daríamos um salto gigantesco em termos de qualidade, aproximando-nos de facto do grau de excelência que tanto apregoamos.
Sei que conhecimento a mais, pelo menos no papel, inibe os “self made men” cá do burgo, que ficam com medo de perder o seu suposto estatuto e que os outros, os simpáticos, até são mais baratinhos mas seria tão bom que percebêssemos que o mundo não acaba nas Selvagens… "





sexta-feira, 7 de março de 2014

Turismo

“O futuro do sector mais importante da Madeira não poderá ser feito com os “mesmos devaneios” que causaram desequilíbrios”, afirmou a titular da pasta do turismo da região (D.N. 25/2).
Há algum tempo compilei dados estatísticos (DRE), sobre a nossa actividade turística (consulta: blog “perspectivas da ilha”, etiqueta “hotelaria”).
Revi-os. No período de 1976 a 2009, a evolução do nº de camas: em 1976 eram 10.140; 1986, 11.271 (+ 11%); 1996, 17.985 (+59,5%); 2006, 27.799 (+ 54,5%).
Neste mesmo período, de um total potencial de dormidas (T.P.D.), de 218,8 milhões, 41%  não foram vendidas (n.v.).
Em 1976 o T.P.D. foi de 3,1 milhões , 47,5 %  n.v.; 1986, T.P.D. 4,1 milhões, 30,7%  n.v.; 1996, T.P.D. 6,5  milhões, 38,4  %  n.v ; 2006, T.P.D. 10,1 milhões, 43,6 % n.v..
No período de 2000 a 2009, de um T.P.D., de 99,2 milhões, 43% não foram vendidas.
Em 2009 o total de camas na região era de 28.263, sendo 52% hotéis e 28% hotéis-apartamentos, a restante percentagem distribui-se pelas diferentes tipologias. O T.P.D. foi de 10,3 milhões, 51% n. v. (52,6% dos hotéis e  33% dos hotéis-apartamento).
Os dados revelam que uma percentagem relevante do potencial hoteleiro da região não conseguiu ser rentabilizado ao longo dos anos. Porquê?
O Professor Viriato Soromenho Marques afirmou, recentemente, aos media locais, que o nosso País possui um potencial de possibilidades, mas não possuímos engenharia social que nos capacite para a realização de muitos deles."

quinta-feira, 6 de março de 2014

"Um país no prego"

"No ano passado, os serviços fiscais deram mais de dois milhões de ordens de cobrança coerciva, dos quais 532 mil incidiram sobre vencimentos e salários.

Ora sabendo que o fisco só avança para a penhora de salários e vencimentos depois de tentar penhorar rendas, contas e depósitos bancários (ou outros créditos financeiros), chega-se à conclusão que estes 532 mil cidadãos não têm nada mais se não o seu salário para fazer face aos compromissos que deixaram de pagar.

O espantoso é que sabendo que o número de trabalhadores por conta de outrém ronda os 5 milhões, isto significa que 10% da força laboral portuguesa tem parte dos seus salários penhorados por dívidas fiscais.

Ora com a subida de impostos dos últimos anos e a descida ou congelamento de salários só se pode esperar que esta situação se venha a agravar nos próximos tempos. Continuar a insistir nos cortes salariais, como faz a troika, só vai fazer alastrar este processo. Um dia destes descobrimos que metade do país está penhorado - e a outra metade anda a colocar os bens que ainda têm no prego para não lhe acontecer o mesmo."



"O IPATIMUP comemora 25 anos e o JPN esteve à conversa com a figura que mais o celebriza: Manuel Sobrinho Simões. O diretor do instituto falou dos cortes no financiamento, da dificuldade de manter viva a investigação e da "fuga de cérebros".
Veja aqui a reportagem:

"Octávio Teixeira:
 “Ou se desvaloriza a moeda ou se desvalorizam salários. 
Não há milagres!”

"O próprio Fundo Monetário Internacional, no relatório português sobre a 8.a e a 9.a avaliações, diz que para que em 2038 Portugal possa ter uma dívida de 60% do PIB – o limite que a União Europeia diz que é sustentável – precisaríamos de ter taxas de crescimento económico durante estes 20 e tal anos da ordem dos 1,8% em termos reais. E 1,8% significa o dobro do que tivemos nos últimos seis anos antes da crise internacional. Era necessário que as taxas de juro que temos de pagar andassem na ordem dos 3,4% e que o défice primário fosse 3,8% durante estes 20 e tal anos. 3,8%, a números actuais, significa aumentar a dose que já existe acumulada de austeridade. Isto é insustentável e impossível. O problema não se põe em querer ou não querer pagar. É possível pagar ou não? Não é possível pagar! Se não é possível pagar, temos de renegociar."


quarta-feira, 5 de março de 2014

"João Lobo Antunes na Reitoria da Universidade de Lisboa no dia 24/1/2014: 
"A Ciência como forma de Cultura".




"Turismo

Portugal investe 3,6 milhões para atrair turistas alemães"


"O potencial de crescimento que a Alemanha apresenta para o turismo português resultou na definição de uma nova estratégia e reforço do investimento em promoção naquele país que, em 2013, foi o quarto mercado da procura externa para Portugal em termos de receitas."



terça-feira, 4 de março de 2014

"O FMI há 30 anos, o FMI hoje e o FMI daqui a cinco anos"

Pedro Sousa Carvalho

"Mas houve uma diferença substancial entre o anterior e o actual resgate: na altura pedimos 650 milhões de dólares, quase o dobro do nível das reservas internacionais do país, excluindo o ouro. Mas esse valor representava apenas 3,5% do PIB. Agora pedimos uns exorbitantes 78 mil milhões de euros, qualquer coisa como 45% do PIB. E é endividamento que veio acumular com a dívida que já tínhamos e que faz com que o rácio da dívida pública hoje esteja a roçar os 130% do PIB. Em 1983 rondava os 50%. Fruto de anos e anos a acumular sucessivos défices. E estamos a falar de um país que desde 1999, ano de entrada no euro, só registou um défice público abaixo dos 3% sem uso de medidas extraordinárias em dois anos: na estreia da moeda única e em 2007."

"A saúde em avaliação - Episódio 5"
 RTP-1 / Prós e Contras

Mortalidade Infantil. 
Oncologia.
Tuberculose.
Pela primeira vez os principais indicadores da Saúde podem estar a regredir.
Será que a austeridade está a afetar a prestação de serviços?
A saúde dos portugueses está ou não a piorar?
Opiniões diferentes no maior debate da televisão portuguesa, em direto de Coimbra.
Prós e Contras, 2ª feira à noite, na RTP1.
Doze anos depois, o "Prós e Contras"continua a ser o programa mais alargado de televisão!

O programa de informação conduzido pela jornalista Fátima Campos Ferreira trata semanalmente de um assunto diferente, controverso e atual.

É uma janela aberta sobre a sociedade portuguesa, respeitando a pluralidade de opiniões e a representação democrática.

Um Ponto de encontro da cidadania!


http://www.rtp.pt/play/p1099/e144410/pros-e-contras




(Expresso, 1 Mar 2014)


(Expresso, 1 Mar 2014)
"Professor Associado aposentado do Instituto Superior de Agronomia.

Experiência profissional, nacional e internacional, no domínio da Enologia.

Autor de vários livros e artigos científicos sobre vinhos e microbiologia de vinhos.
Co-inventor de várias patentes portuguesas e internacionais.
Doutorado em Microbiologia pelo Instituto Superior de Agronomia, UTL.
Equiparado a Mestre em Engenharia Biológica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNL.
Licenciado pelo Instituto Superior de Agronomia, UTL. "

Entrevista na RTP-M, "Vinho Madeira": 

http://www.rtp.pt/play/p202/e145133/em-entrevista


segunda-feira, 3 de março de 2014


"Estão a rebentar com o que nos distinguia como sociedade ocidental."


Manuel L. Sobrinho Simões 

(Revista Expresso, 1 Março 2014 )












Entrevista

“É impossível pagar 350 mil euros por medicamento”


"Há que fazer escolhas e definir um valor daquilo que podemos pagar por cada ano de vida com qualidade que um determinado procedimento ou medicamento garante a mais para o doente e para a sociedade.
António Ferreira, presidente do Hospital de São João, defende que é necessário separar os medicamentos inovadores do marketing científico."
........

"A alternativa é viver menos?
Isso levava-nos a outra discussão. A alternativa é termos a coragem de fazer as mudanças necessárias para garantir mais disponibilidade de dinheiro para essas novas terapêuticas, o que significa combater muito do que é mero marketing científico e onde estamos a gastar imenso dinheiro, às vezes para prolongar vida em situações absolutamente dramáticas por tempo que não faz nenhum sentido."




(Publico, 17 Fev 2014)

(Expresso, 1 Mar 2014)

José Tolentino Mendonça

(Revista Expresso, 22 Fev 2014)

Nicolau Santos
(Expresso, 1 Mar 2014)

Filipa Leal
(Expresso, 1 Mar 2014)
"É estranho que uma pessoa seja excelente em todo o lado e chegue a Portugal e deixe de o ser." (pg. 40)


Rui Reis 



(Revista Expresso 22 Fev 2014)










"Quem não esperar pacientemente pelas sementes que lançar, jamais provará a alegria de vê-las florir."

José Tolentino Mendonça 
(Revista Expresso, 1 Março 2014)

(Publicado Expresso, 22 Fev. 2014)

(Publicado Expresso 15 Fev. 2014)