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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O meu «Imaginem» - Pe. José Luís Rodrigues

O Jornalista Mário Crespo escreveu um texto no JN com uma série de sugestões a partir da palavra «Imaginem», suponho, inspirado na canção do John Lennon. Acho o texto interessante. A partir daí resolvi também imaginar algumas coisas mais, que poderiam, se levadas à prática, melhorar a vida de todos nós.
Imaginem se as nossas famílias estabelecessem prioridades nas suas despesas.
Imaginem se cada família tivesse apenas um/dois telemóveis em casa, sem que houvesse necessidade de todos os membros da família terem cada um o seu, mas que houvesse um ou dois comuns a todos os membros da família.
Imaginem o mesmo para os automóveis.
Imaginem se as nossas crianças não precisassem de telemóvel para levarem para a escola e para a catequese.
Imaginem se cada um dominasse muito bem as necessidades desnecessárias que a publicidade impõe.
Imaginem que deixávamos de encontrar sacos cheios de pão bolorento enfiados nos caixotes do lixo.
Imaginem que não encontrávamos mais pacotes de alimentos fora de prazo tal como vieram do supermercado, porque não deu tempo de os gastar no meio da enorme quantidade de comida que trouxeram desnecessariamente na última ida às compras.
Imaginem que as famílias antes das compras faziam uma lista prévia do que era necessário, estabelecendo prioridades e pondo de lado o que não fosse necessário.
Imaginem que as famílias só compravam as roupas e sapatos só quando necessitassem mesmo, mas que não comprassem porque a lógica da moda assim o exigiu.
Imaginem que as famílias só tivessem apenas um cartão de crédito ou então que não compravam nada sem terem dinheiro efectivo.
Imaginem que as nossas famílias abdicavam de comer menos fora nos restaurantes, takeways porque não há pachorra de cozinhar em casa.
Imaginem se pensassem que o dinheiro gasto numa semana dessa forma, podia dar para alimentar a família durante um mês.
Imaginem que as nossas famílias sabiam que em determinadas alturas do ano têm que comprar livros escolares e catecismos para os seus filhos.
Imaginem que ninguém se deixava dominar pela publicidade que apresenta tudo muito fácil, escondendo a verdade das coisas.
Imaginem que todas as instituições, governo, autarquias, Igrejas, associações e outros grupos humanos deixavam de gastar balúrdios em festanças e todo o género de comezainas desnecessárias.
Imaginem que os partidos políticos recusavam os balúrdios que recebem dos contribuintes para gastar em campanhas eleitorais e distribuir aos amigos e afilhados do partido.
Imaginem se quem é eleito pelo povo ao invés de servir-se e servir os seus familiares e amigalhaços, começasse a servir o povo que o elegeu.
Imaginem que todos os cidadãos ao invés de gastarem tanto tempo a olhar o que têm e como vivem os outros, começassem a construir a sua vida e a dar alguma coisa de si em prol do bem comum.
Imaginem que as nossas escolas tinham uma disciplina que se chamasse «Bem Comum».
Imaginem se o nosso país tivesse menos ladrões de gravata.
Imaginem se houvesse menos inveja no coração das pessoas.
Imaginem se não fizéssemos aquilo que criticamos nos outros.
Imaginem que os idosos tivessem todo o cuidado necessário para terem uma velhice com dignidade.
Imaginem se as nossas famílias, mesmo que assumindo muitos sacrifícios nunca abandonavam os seus velhinhos.
Imaginem se os produtos alimentar e de saúde fossem todos mais baratos e se carregasse nos preços dos telemóveis, bebidas alcoólicas, tabaco e em outros bens nada essenciais.
Imaginem se todos os sacrifícios fossem distribuídos por igual a todos os cidadãos.
Imaginem que nos escandalizamos a sério com o escândalo da fome.
Imaginem que as nossas famílias só compravam o estritamente necessário para viver… E depois a prática da solidariedade fosse o pão-nosso de cada dia.
Imaginem que nos tornávamos mais construtivos e mais abertos a mudanças radicais de vida.
Ora bem, uma infinidade de coisas que se podem imaginar ainda. Por isso continuem a imaginar…

JLR

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