Neste período de crise económico-financeira, no Mundo e na Europa, tornou-se perceptível na diminuição dos fluxos de turismo para a RAM, sendo consequente ao nível das taxas de ocupação da hotelaria, das receitas, do RevPar, da diminuição do nº de dormidas..
As notícias (agumas que podem ser consultadas no link) durante este ano tem confirmado essa tendência que parece estar a acentuar-se, uma vez que um novo dado foi introduzido, a intempérie de 20 de Fevereiro e, posterior a este, os efeitos do vulcão islandês.
As notícias relativamente a outros destinos também indicam quebras na chegada de turistas, os turistas optam pelos próprios países onde vivem, ou os de maior proximidade para as suas férias.
Se atendermos ao critério do nº de dormidas vendidas versus potencial total de dormidas (cálculo das dormidas), nos anos de 2000 a 2009 (dados DRE), verificamos que esse valor percentual varia entre os 40% e os 50%.
Esta é uma indicação de que o destino não conseguiu optimizar os seus recursos ao nível do potencial total de dormidas. Ainda que em determinados picos da procura, seja da sazonalidade, ou de determinados eventos, em que essa ocupação é superior ao valor médio anual da taxa de ocupação.
Em momento de crise, e num possível cenário de continua quebra da entrada de turistas os dados em análise tenderão a agravar-se e, outros cenários necessitam estar previstos, para implementação, quer como atenuante às circunstâncias do momento, e também num âmbito de gestão de crise.
A análise dos gráficos apresentados, sobre a Madeira, do ano 2009, da IMPACTUR (Indicadores de Monitorização e Previsão da Actividade Turística), revelam:
1 – Dormidas(-11,1%) e hóspedes (-9,5%) nos estabelecimentos hoteleiros;
2 – Na taxa de variação homóloga a 2009, a taxa de ocupação (-0,8 pontos percentuais) e estada média com tendência de redução do tempo;
3 – A distribuição relativa das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros por país de residência habitual a indicação de que a Alemanha, Portugal e Reino Unido perfazem 61,1% e os restantes países 28,1%;
4 – A variação homóloga das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros por país de residência verifica-se:
a) Os turistas da França, Países Baixos e Reino Unido com quebra, sendo maior a quebra deste último país, tendo mesmo sido inferior ao valor médio da variação homóloga. A Alemanha teve uma subida ligeira acima do valor médio. Portugal teve uma subida na variação.
b) A evolução anual dos passageiros desembarcados por tipo de voo, a variação homóloga verifica-se que a quebra é mais acentuada relativamente aos voos não regulares que os regulares;
c)Relativamente aos passageiros desembarcados por aeroporto / cidade origem do voo, 79% são dos aeroportos de Lisboa, Outros Aeroportos e Francisco Sá Carneiro;
d) Na distribuição relativa das dormidas por estabelecimento hoteleiro, 86% correspondem aos Hotéis e Hotéis-Apartamentos; sendo a restante percentagem distribuída pelas outras tipologias;
e) A sazonalidade nos anos 2006 a 2009, os picos da procura ocorrem nos meses de Março, Abril e Agosto. A queda é mais acentuada após o mês de Agosto.
f) O RevPar – Revenue per Available Room, em 2009, foi no valor de 31,8, sendo inferior ao ano de 2008 (37,8) e 2007 (35,8). Em ambos os anos o valor do RevPar foi superior ao valores registados no continente.
A procura no ano 2009 foi inferior aos restantes anos, excepto o meses de Maio a Julho que foi ligeiramente superior a 2008.
Também ocorreu que a quebra de turistas, a partir do mês de Setembro,de 2009, foi maior que nos anos anteriores.
Da análise feita percebe-se que a monitorização continua dos dados relevantes do turismo devem ser analisados e avaliados com mais frequência.
Posteriormente fazer a comparação tendo o conhecimento do saldo das obrigações e dos direitos das diferentes unidades hoteleiras na RAM, de modo a poder calendarizar a evolução da situação e ter uma previsão muito próxima de situações de limiar ou de ruptura. Isto permitirá que decisões possam ser feitas com a antecipação possível e também ao nível das estratégias.
Creio que a Gestão terá de ser muito “cirúrgica” afim de não agravar custos e minimizar a possível redução das margens de lucro e consequente manutenção e atractividade do negócio.
Parece ser também importante que o acompanhamento junto dos operadores turísticos, uma vez que os turistas para a RAM são em grande parte por eles canalizados, ter o feedback das suas reacções de negócio, ao nível da rentabilidade, satisfação ou insatisfação. Isto é importante para com a antecipação possível percebermos se o operador poderá deixar o destino ou estará a perder o seu interesse por ele. Isso poderá possibilitar introduzir alguma medidas de correcção e/ou desencadear acções promocionais junto de outros operadores e países emissores.
A avaliação com frequência dos níveis de satisfação dos clientes, também parece ser relevante, uma vez que em temos de crise, a insatisfação poderá vir a ocorrer com mais frequência, devido à possível hipersensibilidade dos turistas.
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